quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MINHA INFÂNCIA

Minhas recordações começam na “Fazenda Boa Esperança,” onde nasci (1946) e passei um bom período de minha infância, rodeada por meus saudosos pais: José Jorge (Juca) e Laura, meus irmãos (9), alguns tios e primos. Apesar de algumas dificuldades, pouco conforto, foi um tempo bom.
Tenho lembranças felizes das festas realizadas no mês de junho e no final das colheitas, principalmente do fumo, que era a maior riqueza da região naquela época. Esta festa chamava-se “Bandeira do Fumo”. Meu pai sempre muito festeiro gostava de comemorar estes eventos com muita alegria e fartura. Matava porcos, cabritos e frangos. Os preparativos duravam em média uns quinze dias. Os cabritos eram assados num forno especial, feito de tijolos chamados “refratários”. Ele convidava parentes, vizinhos e todos os trabalhadores da fazenda. Eles comiam e se divertiam à vontade. Debaixo de um toldo coberto de lona, sempre havia um sanfoneiro para alegrar e animar a festa. Nós as crianças ficávamos lá no meio daquele povo, muito felizes, participando da festa.
Lembro também, com saudades da escolinha, perto da fazenda, onde eu, meus irmãos e as crianças vizinhas estudávamos com uma professora muito especial, muito querida, Dona Margarida. Ela foi na minha infância uma das pessoas mais importantes que conheci. Minha mãe arrumava o lanche da professora e lá ia eu, toda faceira, com muita alegria, realizar esta tarefa diária.
Brinquedos comprados eram poucos, nós fazíamos os nossos com barro, como: panelinhas, bonecas, carrinhos. Com os sabugos do milho, faziam-se os boizinhos para puxar o carro de boi. As petecas eram feitas com palha de milho e pena; as bonecas eram feitas de espiga de milho. Com muito carinho, me lembro das bonecas de pano, feitas por minha tia Carmem e das roupinhas que eu fazia. Que saudades deste tempo!...
Mudamos para Rodeiro, em 1955. Foi nesta época que começamos a desfrutar do conforto da luz elétrica em casa, pois no meio rural, a luz era de lamparina ou lampião e funcionava com querosene. A alegria ficou maior ainda com o rádio, onde se ouviam notícias, esportes e novelas.
Rodeiro era um lugarejo tranqüilo, cheio de paz, com poucos carros, pouco movimento. Neste ambiente gostoso, passei o resto de minha infância. Como me lembro daquele tempo, onde compromisso era: pela manhã, ir à escola e à tarde, encontrar os amigos na rua para bater um pique de esconder, pular corda e amarelinha, andar de bicicleta, brincar de bola e de peteca. Ao anoitecer, tudo se aquietava, as brincadeiras se transformavam. Todos, meninos e meninas, sentados na calçada, sempre em frente à casa de um da turma, conversavam, brincavam de passar anel e de roda, onde as cantigas eram as mais variadas.
Maio, que festa!... Mês de coroação a Nossa Senhora, com muitos fogos e sinos batendo!...Leilões, após os festejos, com muitas prendas: leitoas, cabritos, frangos assados etc. tudo doado pelo pai da “coroadeira” e arrematado por ele mesmo. Meu pai adorava fazer isto.
Hoje, a cidade cresceu, tem muitas indústrias que são referências na Região, porém lá no alto, o “Cruzeiro”, continua a iluminar tudo ao seu redor. Como nos divertíamos, subindo e descendo sua enorme escadaria. Tempo bom!...

3 comentários:

  1. Eiii Terezinha!!!! Adorei o seu blog, tão organizado qto a dona, rsrsrs.
    Parabéns! Valeu a dedicação!! Bjusss

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  2. Terezenha, eu fiquei muito feliz e admiro o seu blog, parabems. eu não sei faszer bonitinho mas faço a turma rir.Hontem voce não veio. A Dayane e ANa á Rosa quase desmaiaaram de rir. Pois eu achei que usado e melhor que velho. Não é que fez suscesso? Nois é jeca mais nois é joia.

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  3. Ei Terezinha!
    Que infancia gostosa!!! Com todas as dificuldades, parecia encantadora!
    Bjux

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